O que é Psicologia Positiva e qual sua intersecção com a Terapia Cognitivo-Comportamental?
Após a Segunda Guerra Mundial, o foco da psicologia estava no tratamento de comportamentos disfuncionais e transtornos mentais. Insatisfeitos com essa abordagem, psicólogos humanistas, como Abraham Maslow, Carl Rogers e Eric Fromm, ajudaram a renovar o interesse pelos aspectos mais positivos da natureza humana.
Em 1998, Seligman foi nomeado presidente da Associação Americana de Psicologia (APA) e determinado em trazer para a ciência da psicologia um foco mais positivo em vez do olhar apenas para a doença começou investigar os fatores que provem bem-estar e felicidade humana (Omais, 2018). A Psicologia Positiva começou a se desenvolver com um enfoque organizado da Psicologia, voltado para o estudo das forças e dos aspectos preservados das pessoas, a partir do trabalho de Seligman e Csikszentmihalyi em 2000 (Hutz, 2016).
O Primeiro passo para a psicologia positiva é dissolver o monismo da “felicidade” em termos mais exequíveis. Para fazer isto é preciso muito mais do que um exercício de semântica. Compreender a felicidade requer uma teoria (Seligman, 2011).
Um dos principais focos de estudo de Seligman é a teoria do bem-estar, é importante ressaltar que o tema da psicologia positiva é o bem-estar e não a felicidade. O bem-estar possui cinco elementos mensuráveis: emoção positiva (felicidade e satisfação com a vida são aspectos dela), engajamento, relacionamentos, sentido e realização (Seligman, 2011).
O objetivo da psicologia positiva é aumentar a quantidade de florescimento na vida das pessoas e no planeta. Mas o que significa o florescer? Florescer significa desenvolver o melhor de si, potencializando suas qualidades e talentos, criando relacionamentos melhores e, com isto, aumentando a sua vitalidade, resiliência, autoestima e sensação de bem estar (Omais, 2018).
A psicologia positiva enfatiza dois aspectos básicos para o progresso do ser humano: responsabilidade e livre-arbítrio. Ao fazer isto a pessoa torna-se mais responsável pelo seu próprio destino (Omais, 2018).
Será um caminho possível a intersecção entre a Terapia Cognitivo Comportamental e a Psicologia Positiva? É possível a aplicação da psicologia positiva em contextos clínicos?
Willem Kuyken no prólogo do livro “A prática da terapia cognitivo-comportamental positiva” de Fredrike Bannink (2019) ressalta:
“ A Terapia Cognitivo Comportamental tem evoluído para atender a uma ampla gama de clientes e um corpo expressivo de evidências atesta a sua eficácia. Entretanto, os resultados e, particularmente, os resultados a longo prazo, podem deixar uma margem substancial a ser melhorada, O que então seria necessário para ajudar os clientes a se beneficiarem mais da terapia? O que mais os terapeutas podem fazer para ajudar os seus clientes no desenvolvimento de resiliência à longo prazo?
Praticar a Terapia Cognitivo Comportamental Positiva pode ser uma adição maravilhosa ao catálogo de intervenções das TCC, pois oferece aos terapeutas um manual bem estruturado, abrangente prático e detalhado sobre como desenvolver os pontos fortes e a resiliência de seus clientes.”
Referência Bibliográfica
BANNINK, F. A Prática da Terapia Cognitivo-comportamental Positiva.1ª edicação. São Paulo: Hogrefe, 2019.
HUTZ, C. S. Avaliação em Psicologia Positiva: Técnicas e Medidas. São Paulo: CETEPP Hogrefe, 2016.
OMAIS, S. Manual de Psicologia Positiva. Tudo o que você precisa saber sobre o movimento que vem mudando a forma de olhar o ser humano, despertando o melhor das pessoas unindo: ciência, felicidade e bem estar. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2018.
SELIGMAN, M. E. P. Florescer: Uma nova compreensão sobre a natureza da felicidade e do bem-estar (C. P. Lopes, Trad.). Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.