O que é Terapia Cognitivo-Comportamental?
A Psicologia é a ciência que estuda a subjetividade humana, sua expressão e o funcionamento do cérebro (pensamentos, emoções, comportamentos, personalidade, atenção, memória, raciocínio, capacidade de julgamento, impulsividade, controle de impulso entre outras características).
No campo da psicologia há diversas abordagens teóricas: Psicanálise, Behaviorismo ou Analítico do Comportamento, Gestalt, Fenomenologia e a Terapia Cognitivo Comportamental. Cada abordagem teórica têm uma visão de homem e de mundo que determinará o funcionamento da terapia e das intervenções realizadas.
A influência e o alcance da Terapia Cognitivo Comportamental vêm se estendendo constantemente desde seus primeiros achados (Wright, et. al, 2008). A TCC foi desenvolvida no início dos anos 60 por Aaron Beck, psiquiatra norte-americano. A principal premissa da Terapia Cognitivo Comportamental diz que a maneira como interpretamos cada situação influenciará nossas emoções e comportamentos (Beck, 2014).
A Terapia Cognitivo Comportamental tem como foco dois pilares centrais: a reestruturação cognitiva e a resolução de problemas. As intervenções focadas em reestruturação cognitiva têm como alvo os pensamentos, crenças e pressupostos disfuncionais. E as intervenções com foco em resolução de problemas objetivam o treino de habilidades específicas (por exemplo, regulação emocional, comunicação assertiva, treino da habilidade de resolução de problemas, dentre outras).
Em poucas palavras, o modelo cognitivo propõe que o pensamento disfuncional, que influencia o humor e comportamentos. Logo, quando as pessoas aprendem a testar e avaliar seus pensamentos de forma mais realista e adaptativa, elas obtêm uma melhora em seu estado emocional e no comportamento (Beck,2014).
A Terapia Cognitivo Comportamental tem os seguintes princípios básicos (Beck, 2014):
Está baseada em uma formulação em desenvolvimento contínuo dos problemas dos pacientes e em uma conceituação individual de cada paciente em termos cognitivos.
Requer uma aliança terapêutica sólida.
Enfatiza a colaboração e a participação ativa.
É orientada para os objetivos e focada nos problemas.
Enfatiza inicialmente o presente (foco no aqui e agora).
É educativa, tem como objetivo ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a prevenção de recaída.
Visa ser limitada no tempo.
As sessões de terapia cognitivo-comportamental são estruturadas.
Ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder aos seus pensamentos e crenças disfuncionais.
Usa uma variedade de técnicas para mudar o pensamento, o humor e o comportamento.
A Terapia Cognitivo Comportamental por ser composta de uma teoria da personalidade e da psicopatologia com achados empíricos consistentes para apoiar seus postulados básicos é nomeada como um “sistema de psicoterapia” (Beck, 2014). É um modelo de psicoterapia, com um conjunto de princípios e estratégias que se combinam com a teoria da psicopatologia e achados empíricos consistentes que apoiam sua eficácia. A terapia cognitivo-comportamental é aplicada um amplo espectro de transtornos psiquiátrico (Beck, 2014).
Esta abordagem teórica utilizada técnicas baseadas em evidências científicas e tem protocolos de tratamento para uma variedade de problemas tais como: depressão, transtornos de ansiedade, raiva disfuncional (transtorno explosivo intermitente), transtorno obsessivo compulsivo, déficit de atenção e hiperatividade, transtornos do controle do impulso (jogo patológico, tricotilomania, dependência de comida, compras compulsivas, impulso sexual excessivo, amor ou ciúmes patológico, dependências tecnológicas e dermatotilexomania), procrastinação, ruminação mental, perfeccionismo, agressividade, dificuldade de comunicação dentre outros.
Referência Bibliográfica
BECK, J. S. Terapia Cognitiva-Comportamental: teoria e prática. 2ª Ed. Porto Alegre. Artmed, 2014.
WRIGHT, J. H.; BASCO, M. R; THASE, MICHAEL E. Aprendendo a terapia cognitivo-comportamental: um guia ilustrado. Porto Alegre: Artmed, 2008.